Se alguém achar que um simples maçarico é coisa simples, eu também pensava assim. Mas o trem é tão foda, que mais parece ciência de foguete! 
Tenho esse maçarico caneta a muito tempo, estava esquecido dentro de uma caixa de ferramentas e quem me lembrou dele foi de novo, meu grande amigo Fernando…
Se não me falha a memória ele foi comprado na década de 1990 naquelas barraquinhas de camelô que infestavam o viaduto Santa Ifigênia. Alias comprei muita coisa ali. Esse maçarico, uma serra circular Bosch, um Walkam Aiwa TX676, um jogo de chaves combinada e mais algumas coisas que nem me lembro mais.
Esse maçarico estava parado por dois motivos, vazamentos diversos e que eu tenho um outro similar com comprei no “finado” Deal Extreme. Finado porque agora só tem quinquilharia por lá, essas coisas de ferramentas ficou uma merda
por lá.
Mas voltado ao maçarico caneta. Ele tinha um vazamento complicado na junção da tampa onde tem a válvula de recarga, que fica no fundo dele e um vazamento perigoso no registro do gás, que é a parte de latão recartilhada, basta girar pra abrir o gás.
O vazamento da tampa resolvi de uma forma digamos, genial. Desmontei o registro e apliquei um fio de uma cola bem líquida em cima da junção e fiz vácuo, puxando a cola de fora pra dentro na trinca. Essa parte foi resolvida com maestria.
Restava o vazamento do registro, o grande problema é o anel oring que faz a vedação, o anel original dele ressecou faz tempo e eu substitui por um novo, que é um pouco mais fino que o original. Ai que residiu o principal problema de vazamento. Mas isso resolvi dando uma dez voltas de fita veda rosca, que é finíssima e de teflon na sede do anel oring, ai ele entrou com bastante pressão e parou o vazamento.
Porém ele tem um segundo anel menor ainda que é o que veda o registro (o equivalente da borrachinha de uma torneira). Resolvi tentar fazer uma pequena arruela de calço, em PET para aumentar a pressão da borracha. Esse foi o problema. Deve ter ficado alguma pequena rebarba ou farelo de PET que foi empurrado pra dentro do queimador e entupiu o finíssimo giclê do queimador. 
Desentupir esse giclê foi o grande problema. Não sabia que ele era feito de… plástico! E quando tentei desentupir, arrombei ele! 
Fazer um novo giclê foi o grande desafio, tem que ter um finíssimo (e bota fino nisso) furo e muito alinhado e centralizado na boca do queimador.
Um desenho simplificado do queimador é esse abaixo. A parte na cor mostarda seria o giclê e o pixel verde no centro dele é o finíssimo furo do giclê. A parte azul escuro é o queimador (bastante simplificado), a parte vermelha no centro é o canal do queimador. O risco cinza no centro é a fina coluna de gás que tem que sair sob pressão, bem alinhada com o canal e fina o bastante pra passar sem muito atrito nas bordas do canal. Esse arrasto da coluna de gás, arrasta o ar pelas entradas demonstradas pelas setas azul claro e mistura esse ar dentro do canal do queimador. O resultado da queima é a clássica chama azul de alta temperatura.
Se o furo do giclê for muito grande, o gás bate nas paredes do canal e até no funil que tem no fundo do queimador e provoca turbulências e não arrasta o ar através das entradas, ou seja vira uma bagunça. O resultado e chama amarela e que solta fuligem.
O novo giclê fiz com uma pequena arruela cortada de uma lata de alumínio com um vazador. Fazer o furo foi o desafio. A broca mais fina que tenho aqui, de 0,2mm é GROSSA! 
Precisei afiar uma agulha de costura até a ponta dela ter apenas “algumas moléculas” de aço. Depois de umas 20 tentativas de fazer esse furo, a única que deu certo foi apoiar a chapa de alumínio em cima de uma placa de ferro e pressionar a agulha até ela fazer apenas a marca do furo e encostar aponta na chapa de metal. Só assim saiu um furo fino o suficiente.
Olha as diversas tentativas, o tanto de furo que ficou na lata e ao lado da agulha tem duas das diversas tentativas.
O segundo desafio é deixar esse furo alinhado, no prumo, e muito bem centralizado com o queimador. Se ele fica torto ou fora de centro, o queimador não funciona.
Depois de muita briga, o resultado é esse, uma fina chama com uma queima excelente.





7:10 AM |
Luciano |
1 comentário




O curioso que nos EUA tem umas maletas originais muito bacanas, uma mais bonita que a outra, mas aqui no Brasil, não tem.







Foi literalmente um banho de loja, o cabo de força, ainda o original já estava começando a rachar a capa, a borracha de saída do fio já estava toda rachada e esfarelando.












. Todas essas chaves custaram apenas R$48,00.











Mas ai vieram os chineses e o preço chegou num patamar civilizado. Eu tinha comprado um alicate LS-03A no mercado livre com uma mandíbula que parecia ser suficiente pra fazer os Molex KK. Mas quando chegou aqui, ficava muito folgado, principalmente pra fio fino. 





























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Já reduzi ela a uns 4Kg. 




Badulaques da China
(4,00 de 5)

